quinta-feira, 5 de junho de 2008

REPRESSÃO E PERSEGUIÇÃO CONTINUAM...


Contra sua vontade, sargento gay é transferido para Brasília, diz Condepe. Helicóptero levou militar para base de Cumbica para embarcar em avião da FAB.Condepe teme que sargento seja encaminhado a uma carceragem.
O sargento Laci Marinho de Araújo, preso na madrugada de quarta-feira (4) pelo crime militar de deserção, é transferido de um hospital do Exército, no Centro de São Paulo, para Brasília na manhã desta quinta-feira (5), segundo informações do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe).

De acordo com o advogado Francisco Lúcio França, o militar, que assumiu publicamente sua homossexualidade em entrevista à revista Época, pode ser encaminhado a uma carceragem em Brasília. O sargento De Araújo era acompanhado no hospital por seu companheiro, o sargento Fernando de Alcântara de Figueiredo.
“Eles me telefonaram desesperados. Foram obrigados a entrar num helicóptero que foi para a Base Aérea Militar de Cumbica. Estão sendo enviados para Brasília”, relatou o advogado ao G1 por volta das 11h. Neste horário, o Condepe informou que os militares estavam na Base Aérea Militar de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, e embarcariam em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para a capital federal. O Comando do Exército não comentou a informação.
O Condepe quer que o senador Eduardo Suplicy (PT) receba os sargentos em Brasília e acompanhe o caso. De acordo com o parecer do psiquiatra Paulo César Sampaio, do Condepe e do Conselho Regional de Medicina, o sargento De Araújo não teria condições de ser transferido tampouco de permanecer detido em carceragem. Já os médicos do Exército o consideraram apto.

“Ele está com problemas de esclerose múltipla, psicose orgânica e disfunção de labirinto. O seu estado emocional é bastante abalado. Ele chora bastante”, relatou o advogado do Condepe em visita ao militar na tarde de quarta-feira. O sargento afirmou ter apresentado documentos que comprovariam que ele toma remédios.

O Condepe quer que o ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, interceda pelo sargento junto ao ministro da Defesa, Nelson Jobim.

Laci Marinho de Araújo disse ao G1 na quarta-feira acreditar que sua detenção, determinada pela Justiça Militar, esteja relacionada a discriminação pelo fato de ter assumido publicamente sua homossexualidade. Questionado se acha que a prisão foi um ato discriminatório, ele afirmou: “Tudo culminou em relação a isso mesmo”.



(G1-GLOBO.COM) By aSSSumidos.

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